Preso por explosão de depósito pediu licença para funcionamento

Hebert Borges

07/03/2023 16h27 - Atualizada em 07/03/2023 16h33

Preso em flagrante pelo crime de explosão, nessa segunda-feira (6), Moises Lanza Lopes, de 46 anos, tentou obter licença, no ano de 2019, para o funcionamento do depósito de fogos de artifício, na Avenida General Luiz de França Albuquerque, no bairro Ipioca, em Maceió. A região é a mesma onde explodiu, nessa segunda (6), um depósito clandestino sob responsabilidade de Moisés Lanza.

Documentos obtidos pela Gazetaweb mostram que o pedido foi feito à Polícia Civil de Alagoas, em 23 de dezembro de 2019. No requerimento, Lanza Lopes diz que a finalidade é armazenar temporariamente fogos de artifício. Ele se apresenta como representante da empresa paranaense M.A. LUCCA e Cia LTDA. O proprietário é natural do Paraná.

Como resposta do pedido, o Núcleo de Regulamentação, Registro e Controle de Armas, Munições e Explosivos (NURRCAME), que é uma Assessoria Técnica da Polícia Civil de Alagoas, informou, em 30 de dezembro de 2019, que tem deixado de cadastrar e expedir licenças para empresas e/ou profissionais que utilizam produtos pirotécnicos neste estado de Alagoas, não apenas pela falta de amparo legal para realizar esse tipo de serviço, mas também pela necessidade de qualificação técnica do pessoal lotado na Assessoria.

No processo, é pontuado que, ao realizar o pedido, não foram apresentados os documentos de curso de brigada de incêndio, blaster pirotécnico, curso pirotécnico, comprovante de residência e antecedentes criminais. O processo administrativo foi encerrado em 16 de janeiro de 2020.

A EXPLOSÃO

Dois contêiners do depósito clandestino de fogos de artifício explodiu no início da tarde dessa segunda (6), próximo à Rota do Mar, no bairro Benedito Bentes, em Maceió. No momento, populares de diversos bairros da capital, como Feitosa e Gruta de Lourdes, relataram que ouviram um "grande estrondo".


O Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram acionados ao local. Apenas uma pessoa ficou ferida, com queimaduras de 1º grau.

Na região, casas ficaram danificadas. Inclusive, em uma delas, o parte do teto desabou. Os estilhaços da explosão também foram constatados no chão pela população que transitava pelas vias localizadas próximo ao depósito.

O proprietário do material chegou a ser preso e autuado em flagrande pelo crime de explosão, mas foi liberado após audiência de custódia nesta terça (7).